Castro Vicente ou Castro de Vila Velha

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Castro Vicente ou Castro de Vila Velha

Nota Histórico-Artistica

É no topo aplanado de uma colina sobranceira à margem direita do rio Sabor, que se ergue o "Castro Vicente", a Sudeste da localidade que lhe deu nome.
Edificado durante a Idade do Ferro desta região do Noroeste peninsular, o povoado foi, à semelhança do que sucedeu com os restantes exemplares da denominada "cultura castreja", dotado de um complexo sistema defensivo, apesar das excelentes condições naturais que apresenta, bem visíveis nas acentuadas pendentes, e mesmo arribas, que o protegem naturalmente nas vertentes Sul, Ocidental e Oriental. Por conseguinte, foi a encosta Norte que acabou por ser reforçada artificialmente, até por ser a única que permitia, à partida, um acesso mais facilitado à plataforma localizada no cume do "Senhor da Fraga", como é também localmente conhecido o cômoro.
É, pois, aqui, que nos deparamos com as remanescências das sucessivas ocupações humanas que aí tiveram lugar. Entre elas, destaca-se, sem dúvida, e como seria de esperar, a presença de alguns troços do antigo muralhado Proto-histórico (ou da "Pré-história Recente"), ainda que a forma como o aparelho pétreo se encontra interligado por argamassa pareça indicar uma cronologia posterior, possivelmente decorrente de uma reutilização do espaço ocorrida tempos depois. E, na verdade, o predomínio de materiais cronologicamente datáveis do período de ocupação romana desta região do actual território português parece reforçar esta ideia. Desde materiais de construção tipicamente romanos, como tegulae e imbrices, até recipientes de uso mais quotidiano, a exemplo de fragmentos de cerâmica comum, de terra sigillata e de dolia (vasos de grande porte, essencialmente destinados ao armazenamento), tudo parece apontar para uma presença romana durante um largo período de tempo, o que, se reitera uma das realidades mais presentes neste tipo de povoados fortificados de altura, a sua ocupação em pleno domínio romano, reafirma, por outro, a excelência geo-estratégica do local, ao mesmo tempo que das suas condições naturais de defesa, a par dos recursos cinegéticos que, no conjunto, permitiam uma ocupação de carácter permanente por parte de uma comunidade humana relativamente alargada, ao ver, assim, suprimidas as suas necessidades mais básicas.
Mas não só, pois elementos tão significativos como exemplares de terra sigillata dizem-nos algo mais, nomeadamente acerca da inserção deste sítio, obviamente em época romana, num modelo de circulação alargada de determinados produtos, que, como no caso desta louça fina, de mesa, não chegaram a ser fabricados no actual solo português. Cerâmica importada, por excelência, a presença de terra sigillata demonstra bem como o povoado desfrutava, à época, de uma economia aberta, certamente proporcionada pelas vias naturais (mas não só) de circulação, das quais o rio Sabor não deveria desempenhar um papel menos importante, ao mesmo tempo que o poder económico fruído pelas gentes que então o ocuparam. Uma situação que parece ser, de algum modo, confirmada pelo facto de a análise efectuada às pastas desta cerâmica ter revelado estarmos em presença de sigillata sud-gálica e hispânica, o que, em termos cronológicos, parece apontar para uma reocupação do local já durante o Alto Império.
O local foi posteriormente apropriado durante a medievalidade, com a edificação de uma capela de invocação a Santo Cristo (ou ao Sr. da Fraga), ainda que fosse objecto de intervenções posteriores que, no conjunto, acabaram por modificar-lhe o plano original, como tantas vezes sucede, numa permanente acomodação a gostos, interesses e necessidades epocais. No seu interior, foram identificados alguns elementos dignos de menção, como uma estela funerária dupla inscrita, uma ara e uma inscrição, para além de três representações aparentemente antropomórficas, executadas em granito e embutidas naquele que é, hoje, o alçado exterior da cabeceira do templo.
[AMartins]

Fonte: www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73371

Detalhes

Interesse Turístico
Arqueológico e Arquitetónicos, Recreação

Informações de Contacto

Morada
Castro Vicente, 5350-201 CASTRO VICENTE, Mogadouro, Bragança
Telefone Móvel
Telefone Fixo
Cód. Postal
5200-206 Mogadouro

Autor Info

Batista Vitor

Membro desde 3 anos atrás
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